O mercado financeiro brasileiro iniciou o mês com volatilidade, refletindo a incerteza gerada pela possibilidade de um aumento generalizado de tarifas sob a gestão do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump. A expectativa de uma postura mais agressiva em relação ao comércio internacional manteve o Ibovespa na defensiva, resultando em uma queda de 1,27% no dia 8 de janeiro. O índice recuou para 119.624,51 pontos, pressionado por perdas em grandes ações como Vale, Petrobras e bancos, enquanto algumas ações de empresas como Pão de Açúcar e São Martinho apresentaram alta.
O discurso mais enfático de Trump sobre tarifas e outras questões geopolíticas, como a possível declaração de emergência econômica para implementar sobretaxas, tem gerado tensão no mercado. A perspectiva de um endurecimento da política comercial dos Estados Unidos, somada ao enfraquecimento de lideranças políticas tradicionais na Europa, aumenta a incerteza global, impactando diretamente o câmbio e a Bolsa no Brasil. O dólar, por exemplo, permaneceu volátil, mas fechou praticamente estável em relação ao real.
Além disso, o mercado segue atento às decisões do Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária americana, que também afetam as perspectivas econômicas globais. A divulgação da ata do Fed reforçou a expectativa de uma desaceleração no ritmo de corte de juros nos Estados Unidos, o que contribuiu para um cenário de cautela nas bolsas internacionais e refletiu-se no desempenho do Ibovespa. No Brasil, a postura mais pragmática do governo, especialmente em relação ao controle de gastos, também adiciona incerteza à recuperação do mercado, tornando difícil uma recuperação sustentável da Bolsa.