O Boletim Infogripe da Fiocruz indica uma tendência geral de queda nos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) no Brasil, tanto no curto prazo (últimas três semanas) quanto no longo prazo (últimas seis semanas). Apesar desse cenário nacional, cinco estados — Alagoas, Paraíba, Acre, Rondônia e Roraima — apresentam sinal de crescimento na tendência de longo prazo, demandando atenção das autoridades de saúde. O rinovírus é apontado como o principal agente causador de SRAG em crianças e adolescentes de até 14 anos, enquanto a Sars-CoV-2 (Covid-19) continua predominando entre idosos.
Dados da Fiocruz mostram que crianças pequenas e idosos têm sido os mais afetados pela SRAG por Covid-19 nas últimas semanas, com a mortalidade concentrada na faixa etária acima dos 65 anos. No Ceará, observa-se uma continuidade no aumento de casos de Covid-19, especialmente entre jovens e adultos, enquanto entre idosos há sinais de desaceleração. Em estados do Nordeste e do Norte, como Paraíba, Rio Grande do Norte, Sergipe, Maranhão, Amazonas, Acre, Pará e Rondônia, a elevação de casos de SRAG entre idosos sugere possível relação com a Covid-19, embora a falta de dados laboratoriais precise impeça uma análise definitiva.
A análise das últimas quatro semanas epidemiológicas revela que 41,3% dos casos positivos de SRAG foram causados por Sars-CoV-2, seguido por rinovírus (26,9%) e outros agentes como influenza A (7,7%), influenza B (4,9%) e vírus sincicial respiratório (13%). Entre os óbitos, a Sars-CoV-2 representou 74,1% dos casos positivos, reforçando seu impacto na mortalidade, especialmente entre idosos. Em Alagoas e Roraima, os números permanecem oscilantes, mas a Fiocruz destaca a necessidade de vigilância diante do aumento de casos de Covid-19 em várias regiões do Norte e Nordeste.