Na noite de sexta-feira, 24 de janeiro, a Casa Branca anunciou a demissão de inspetores-gerais de pelo menos 12 importantes agências federais, em uma decisão que pode abrir caminho para a substituição dos mesmos por aliados políticos do presidente. Os inspetores-gerais, responsáveis por identificar fraudes, abusos e desperdícios no governo, foram notificados por e-mail sobre a medida. A demissão, que envolve agências como os Departamentos de Defesa, Estado, Transporte e Energia, gerou preocupações sobre a legalidade do processo, já que a lei exige um aviso prévio de 30 dias ao Congresso.
O ato causou surpresa, especialmente porque muitos dos demitidos haviam sido indicados por Trump em seu primeiro mandato. Além disso, críticos apontaram que a medida enfraquece o sistema de fiscalização, uma vez que os novos ocupantes dessas funções devem ser leais ao governo atual. Em 2020, durante o primeiro mandato de Trump, já haviam ocorrido demissões semelhantes, levantando suspeitas de retaliação a inspetores-gerais que investigavam ou desempenhavam papéis importantes em processos políticos contra o presidente.
Os inspetores-gerais têm a missão de atuar de forma independente, com poderes investigativos, em áreas como desperdício de recursos e corrupção nas agências federais. Com a saída de tantos profissionais dessas funções, a confiança na fiscalização interna do governo pode ser afetada, conforme observadores internos expressaram surpresa e preocupação com a medida, considerando-a sem precedentes na história recente.