O pai de um estudante de medicina, morto aos 22 anos por um disparo de um policial militar em São Paulo, publicou uma carta aberta exigindo justiça e criticando a demora nas investigações do caso. Marco Aurélio Cardenas Acosta foi morto após um incidente envolvendo a polícia, no qual, após um confronto, um dos policiais disparou contra ele, apesar de estar desarmado e em um local fechado. O caso gerou grande repercussão, especialmente pela forma como os agentes envolvidos foram tratados, com o policial responsável sendo indiciado por homicídio doloso, mas sem que houvesse celeridade nas investigações.
Em sua carta, o pai da vítima, Dr. Julio Cesar Acosta Navarro, expressou indignação com a morosidade da Polícia Civil e com o tratamento dado ao caso, acusando erros e omissões por parte de autoridades responsáveis pela investigação. O texto também critica a atitude de governantes e agentes públicos que, segundo ele, buscam minimizar a gravidade da violência policial, além de apontar um padrão de proteção aos envolvidos em abusos de poder. A crítica se estende à condução do caso, que, na visão do pai, tem sido marcada por negligência e ineficiência, afetando a busca por justiça.
Ao longo da carta, o professor universitário também questiona as estruturas de poder e as atitudes de autoridades do Estado, que, segundo ele, falham em proteger os cidadãos e garantir que responsáveis por abusos sejam devidamente punidos. Em meio à dor pela perda do filho, o autor reflete sobre a violência policial em São Paulo e a impunidade que, segundo ele, permeia as instituições responsáveis por assegurar a ordem pública. O desabafo termina com um apelo por mudanças, para que tragédias como a de seu filho não se repitam e para que outras famílias não sofram a mesma dor.