Nos últimos anos, a coleta de dados pelos carros conectados tem se intensificado, permitindo que montadoras monitorem diversos aspectos do comportamento dos motoristas, como onde estão, a velocidade com que dirigem e até mesmo o uso dos freios. Alguns dados são vendidos para terceiros, como seguradoras, que os utilizam para ajustar taxas de seguro, gerando preocupações com a invasão de privacidade. Em alguns casos, as autoridades policiais também utilizam essas informações em investigações, o que tem sido elogiado, mas também suscita discussões sobre o limite entre segurança e privacidade.
Empresas como a General Motors já enfrentaram críticas e ações judiciais após a venda de dados de milhões de veículos. Embora a GM tenha suspendido a prática, o mercado de venda de dados continua sendo uma preocupação crescente, já que a maioria dos motoristas não está plenamente ciente da quantidade de informações coletadas e de como essas informações são utilizadas. Especialistas defendem a necessidade de mais transparência e controle sobre o que é coletado e compartilhado, apontando que muitas dessas práticas não são suficientemente divulgadas nos contratos de venda ou manuais dos veículos.
Embora as montadoras justifiquem a coleta de dados como uma forma de melhorar a segurança e os serviços oferecidos aos clientes, há um movimento crescente para estabelecer regras mais rígidas que garantam o consentimento explícito dos consumidores. Organizações de defesa da privacidade alertam para o risco de regulamentações nacionais que possam limitar a adoção de leis estaduais mais restritivas, especialmente em estados como a Califórnia, que já proíbe a venda de dados de direção para seguradoras. O debate sobre como equilibrar os benefícios dos dados conectados e a proteção da privacidade continua em pauta.