A profissão de oficial de náutica exige formação especializada na Escola de Formação de Oficiais da Marinha Mercante (EFOMM), com cursos que duram três anos. Após a graduação, os profissionais atuam principalmente no setor offshore, com foco no apoio às plataformas de petróleo e gás, e precisam lidar com longos períodos longe de casa, geralmente alternando 28 dias embarcados com 28 dias de descanso. Além da pilotagem, as responsabilidades incluem a segurança a bordo e a certificação da embarcação. Embora a vida a bordo traga desafios, como o impacto no relacionamento social, muitos profissionais se sentem realizados com a carreira e os benefícios financeiros, como salários que podem alcançar até R$ 20 mil mensais, especialmente no setor de petróleo e gás.
O trabalho no mar também implica em uma hierarquia bem definida, com avanços baseados no tempo de serviço e cursos de aperfeiçoamento. Mulheres ainda são minoria nas posições mais altas da carreira, mas algumas conseguem conciliar a profissão com a maternidade, graças ao apoio das empresas. Por outro lado, os desafios enfrentados pelas mulheres incluem o machismo e a necessidade de se impor em um ambiente predominantemente masculino. Apesar disso, a profissão tem atraído mais mulheres, e exemplos de sucesso estão inspirando novas gerações.
A saúde mental dos trabalhadores marítimos é um tema relevante, já que os longos períodos de isolamento e a pressão da profissão podem levar a problemas como insônia, fadiga e irritabilidade. Muitos profissionais relatam que a terapia e a prática de atividades físicas a bordo são fundamentais para lidar com esses desafios. Além disso, o setor apresenta uma demanda crescente, com uma carreira globalizada e altos padrões regulatórios, o que exige constante atualização dos profissionais. Apesar das dificuldades, muitos veem a carreira no mar como uma opção promissora, com boas oportunidades de crescimento e estabilidade financeira.