A expectativa de preços mais altos de produtos agropecuários essenciais à cesta básica pode resultar em uma pressão crescente sobre a inflação de alimentos em 2025. Carnes, café e açúcar são apontados como os principais vilões, com as commodities softs, como o leite, e os grãos, como soja e milho, gerando uma pressão intermediária ou neutra, respectivamente. Analistas destacam que, assim como em 2024, a inflação de alimentos deve ser resistente, o que pode afetar a inflação geral e retardar o ciclo de corte de juros.
O aumento no custo das proteínas, especialmente as carnes, que devem ter uma alta de 16,6% no valor pago ao produtor, é um dos principais fatores que impulsionam essa tendência inflacionária. Além disso, o café e o açúcar, com produções limitadas, também devem contribuir para a aceleração da inflação de alimentos, enquanto os grãos não devem apresentar variações significativas nos preços. A previsão para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA) para alimentos é de um aumento de 6,2% em 2025.
A seca histórica de 2024, que afetou as lavouras de hortifrútis, também levanta preocupações sobre possíveis impactos momentâneos nos preços desses produtos, que têm grande peso na cesta básica. A recuperação das lavouras é rápida, mas o monitoramento das chuvas nos próximos meses é fundamental. Além disso, o câmbio, especialmente a variação do dólar, pode ser um fator crucial para o controle da inflação, uma vez que um dólar elevado tende a aumentar a pressão sobre os preços dos alimentos.