O Exame Nacional de Residência Médica (Enare), responsável por selecionar médicos para vagas de especialização, tem gerado protestos devido a inconsistências nos critérios de avaliação, especialmente na análise de currículos e históricos escolares. Muitos candidatos, que cumpriram as exigências do edital, receberam notas baixas ou até zero, prejudicando suas chances de classificação. A Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), responsáveis pela organização, alegam que garantem a transparência e a isonomia do processo, mas os recursos feitos pelos estudantes nem sempre têm sido atendidos de forma satisfatória.
Diversos relatos indicam que, enquanto alguns candidatos conseguiram ajustes em suas notas após a análise curricular, outros ainda enfrentam dificuldades, com histórico escolar invalidado ou corrigido de forma inconsistente. Em alguns casos, houve situações em que documentos não apresentados pelos candidatos foram considerados, aumentando ainda mais as suspeitas sobre o processo. O impacto emocional e psicológico sobre os participantes tem sido significativo, com muitos recorrendo ao judiciário para reverter as pontuações.
Diante da situação, estudantes têm tomado medidas legais para garantir que suas notas sejam corrigidas, visto que o resultado da análise curricular representa 10% da nota final no exame. O Enare é uma oportunidade crucial para a carreira dos médicos recém-formados, e a contestação dos resultados tem gerado um clima de incerteza e desconfiança, com implicações não apenas para os candidatos, mas também para a credibilidade do exame. O caso segue em apuração, com muitos aguardando uma solução definitiva para o impasse.