Em menos de um mês, a Câmara dos Deputados elegerá seu novo presidente, após dois mandatos consecutivos de Arthur Lira. O nome mais forte para o cargo é o de Hugo Motta, que contará com o apoio de praticamente todos os partidos, incluindo PT, PL e MDB. Motta, que passará a segunda quinzena de janeiro realizando encontros com bancadas partidárias, tem feito da previsibilidade sua principal promessa para a gestão.
A falta de previsibilidade foi uma das maiores críticas à administração de Lira. O agendamento de votações com pouca antecedência tem dificultado o estudo de temas pelos parlamentares e a mobilização para pautas polêmicas. Além disso, as sessões da Câmara muitas vezes não começam no horário previsto, o que gera insatisfação entre os deputados. Motta se comprometeu a divulgar a pauta da semana na segunda-feira e a estabelecer um horário fixo para o início das sessões, o que tem conquistado apoio entre diferentes correntes políticas.
Além da presidência, a distribuição de cargos importantes na Mesa Diretora também está em discussão. O PL deve ocupar a primeira vice-presidência, com o deputado Altineu Cortes cotado para o cargo, enquanto o PT deve ficar com a primeira secretaria, com Jilmar Tatto como possível candidato. A expectativa é de que a eleição ocorra de forma tranquila, dada a popularidade e o perfil conciliador de Motta, que, agora, precisa cumprir suas promessas para consolidar o apoio recebido.