A Câmara dos Deputados dos Estados Unidos, controlada pelos republicanos, aprovou um projeto de lei que exige que os médicos tentem salvar a vida de um bebê que nasça vivo após uma tentativa de aborto. A medida, que foi aprovada com 220 votos a favor e 210 contra, não deve ser considerada pelo Senado, controlado pelos democratas, mas visa expressar a postura da nova maioria republicana sobre o tema. Caso o projeto seja aprovado, os provedores de assistência médica que não cumprirem as regras podem ser punidos com multas ou até cinco anos de prisão, sem que haja penalidades para as mães.
O projeto de lei gerou reações divididas. Defensores dos direitos reprodutivos criticaram a proposta, afirmando que ela ameaça o acesso ao aborto e pressiona os médicos a tomarem decisões contra suas convicções. Organizações como a NARAL Pro-Choice America se manifestaram contra a medida, destacando que ela vai contra a maioria da população americana que apoia o aborto legal. Em contrapartida, a liderança republicana utilizou a votação como uma forma de reforçar seu compromisso com a proteção da vida desde o nascimento.
A votação ocorre em meio a um cenário político dividido, com a nova maioria republicana tentando alinhar suas propostas legislativas. Entre as vozes internas do partido, a deputada Nancy Mace expressou preocupação com o impacto político da questão do aborto e defendeu um equilíbrio que respeite tanto os direitos das mulheres quanto os direitos à vida. Além disso, Mace está trabalhando em propostas relacionadas ao apoio a vítimas de estupro e ao aumento do acesso a métodos contraceptivos, refletindo a busca por soluções mais equilibradas dentro do próprio Partido Republicano.