A Califórnia está enfrentando uma crise crescente no mercado de seguros devido ao aumento da frequência e intensidade dos incêndios florestais. Entre 2020 e 2022, mais de 2,8 milhões de apólices de seguro de imóveis foram canceladas ou não renovadas, afetando especialmente áreas de alto risco, como o Condado de Los Angeles. O estado, conhecido por sua vulnerabilidade a desastres naturais, tem visto muitas seguradoras se recusando a oferecer cobertura em regiões propensas a incêndios, forçando os moradores a recorrer ao plano de seguros de último recurso, o California FAIR, cujas apólices têm prêmios mais altos e menos cobertura.
Embora o estado tenha adotado novas regulamentações para tentar reverter esse cenário, permitindo que seguradoras privadas ofereçam novamente apólices em áreas de risco, a medida tem gerado críticas. As novas regras, que permitem que as seguradoras incluam o custo de resseguros no cálculo das tarifas, provavelmente resultarão em aumentos significativos nas taxas de seguro, o que pode tornar ainda mais difícil para muitos residentes manterem a cobertura. Especialistas alertam que, embora as mudanças busquem equilibrar o mercado, elas não garantem a expansão da cobertura para aqueles que mais precisam de proteção contra incêndios.
Enquanto isso, as seguradoras argumentam que o aumento dos custos do resseguro, impulsionado por mudanças climáticas e pela inflação, torna essencial o aumento das taxas para garantir a viabilidade do mercado. No entanto, grupos de defesa do consumidor contestam essa justificativa, destacando que as seguradoras têm sido lucrativas na Califórnia e que as mudanças nas regras podem apenas aumentar os custos para os moradores, sem resolver o problema da acessibilidade à cobertura. A situação continua a gerar debates sobre o equilíbrio entre a proteção contra riscos e a capacidade financeira dos cidadãos californianos.