O preço do café atingiu a maior cotação em 28 anos, com a saca de 60 kg do grão arábica alcançando, em média, R$ 2.315,44. Esse aumento de 6,9% em relação a dezembro de 2024 reflete a escassez de oferta devido a adversidades climáticas, como seca e altas temperaturas, que prejudicaram as safras. Além disso, a defasagem cambial e o crescimento nas exportações também impulsionaram o valor da commodity. Apesar do cenário favorável para as exportações, a alta no preço traz desafios tanto para as indústrias quanto para os consumidores.
A produção brasileira de café deve enfrentar uma queda em 2025, estimando-se uma produção de 51,8 milhões de sacas, o que representa uma redução de 4,4% em relação ao ano anterior. A safra de arábica, a mais cultivada no Brasil, deve diminuir 12,4%, impactada por fatores climáticos, como a restrição hídrica e as altas temperaturas durante a floração. No entanto, o Brasil segue como um dos principais exportadores mundiais, com um recorde histórico de 36,94 milhões de sacas exportadas em 2024, representando 73,2% do total exportado no ano.
Esse aumento nos preços tem um impacto ambíguo para o Brasil. Embora os produtores possam obter maiores lucros, os custos elevados afetam negativamente indústrias e comerciantes, que se veem forçados a repassar os aumentos para os consumidores. A alta contínua dos preços do café, combinada com a restrição de oferta global, reflete um cenário de inflação para o consumidor, afetando diversos setores que dependem do produto.