Pesquisadores do Instituto Butantan estão desenvolvendo uma vacina em aerossol contra infecções causadas pela bactéria pneumococo, responsável por doenças graves como pneumonia, otite, meningite e sepse. O diferencial dessa vacina é sua formulação mais simples e o custo reduzido, já que não requer refrigeração nem agulhas, como as vacinas tradicionais. Além disso, ela não depende da purificação dos polissacarídeos dos diferentes sorotipos de pneumococo, o que contribui para um menor custo e maior acessibilidade.
Atualmente, o Brasil dispõe de vacinas pneumocócicas conjugadas e polissacarídicas que protegem contra diferentes sorotipos da bactéria, como a VPC10, VPC13, VPC15 e VPP23. Porém, essas vacinas são caras e, embora eficazes contra doenças invasivas, a substituição de sorotipos pode aumentar a incidência de infecções causadas por tipos não incluídos nas fórmulas. A nova vacina em aerossol visa melhorar a cobertura protetora ao ser independente de sorotipos, podendo proporcionar uma maior proteção sem a necessidade de reformulações constantes.
A vacina em aerossol utiliza nanopartículas com proteínas do pneumococo e tem o potencial de atuar diretamente nos pulmões, formando uma barreira protetora contra a bactéria no local de entrada do organismo. Os resultados da pesquisa, apresentados em uma tese de doutorado, foram publicados em periódicos científicos, e a patente da vacina foi recentemente registrada. Com esses avanços, os cientistas agora se preparam para continuar os testes pré-clínicos e avaliar o impacto dessa inovação no combate às infecções pneumocócicas.