O Brexit, ocorrido em 31 de janeiro de 2020, completou cinco anos com uma onda crescente de insatisfação no Reino Unido. De acordo com uma pesquisa do YouGov, 62% da população britânica considera que a saída da União Europeia foi um fracasso, e 55% acreditam que a decisão foi errada. Entre os mais jovens, a desaprovação é ainda mais evidente, com 75% dos britânicos de 18 a 24 anos discordando da escolha. Além disso, a maioria da população apoia a reaproximação comercial com a UE, e 55% defendem a revogação total do Brexit.
O impacto econômico do Brexit foi exacerbado pela pandemia de covid-19, resultando em uma queda de 10,3% no PIB do Reino Unido em 2020. As empresas britânicas, especialmente no setor de exportação, enfrentaram dificuldades para adaptar-se às novas regras comerciais com a UE. Mesmo com o Tratado de Cooperação e Comércio (TCA), que eliminou tarifas, 77% das empresas não viram benefícios substanciais. A desvalorização do comércio, especialmente no setor financeiro, evidenciou que o Brexit desempenhou um papel crucial em prejudicar as exportações e reduzir a importância do Reino Unido como parceiro comercial da União Europeia.
Além das consequências econômicas, o Brexit teve um efeito negativo sobre o mercado de trabalho. Com a restrição à livre circulação de trabalhadores da UE, o Reino Unido viu uma escassez de mão-de-obra em setores como alimentação e hospedagem, agravada pela pandemia. O número de imigrantes aumentou, com trabalhadores extra-qualificados de fora da UE substituindo os europeus, conforme as novas políticas migratórias. Esse cenário gerou uma inversão no fluxo migratório, com mais pessoas vindo para o Reino Unido, enquanto o número de emigrantes diminuiu.