Os brasileiros passam em média 9h13 por dia online, o que coloca o país em segundo lugar no mundo em tempo de conexão, atrás apenas da África do Sul. Dentro desse tempo, os usuários gastam cerca de 3h37 por dia nas redes sociais, uma rotina que gera preocupações sobre os impactos da superexposição digital na saúde mental. Em 2024, o termo “brain rot” (deterioração cerebral), relacionado ao consumo excessivo de conteúdos superficiais online, foi eleito a palavra do ano, refletindo as crescentes preocupações com os efeitos negativos dessa prática. Especialistas alertam para os riscos do uso excessivo das redes sociais, que pode levar a dependência, ansiedade e outros problemas emocionais.
A dependência das redes sociais afeta a saúde mental de diversas formas, como mudanças de humor, problemas de sono e queda na autoestima. A busca incessante por validação online e a constante comparação com os outros podem gerar sentimentos de inadequação e ansiedade, fatores associados à depressão. O psicólogo Vagner Araújo explica que esse comportamento é impulsionado pela liberação de dopamina no cérebro, criando um ciclo vicioso que dificulta a concentração e reflexão profunda, além de sobrecarregar o cérebro com estímulos rápidos e superficiais. A longo prazo, os efeitos da dependência podem se manifestar em distúrbios emocionais, como ansiedade e depressão, além de problemas físicos, como doenças cardíacas e obesidade.
Para combater os efeitos negativos das redes sociais, especialistas sugerem ações práticas, como estabelecer limites de tempo, desativar notificações não essenciais e realizar pausas digitais. A adoção de atividades offline e a reflexão sobre o impacto emocional das interações online também são recomendadas para reduzir a dependência. Vagner Araújo enfatiza que o uso saudável das redes sociais é aquele em que o indivíduo mantém o controle e a consciência sobre seu tempo online, enquanto a dependência se caracteriza pela perda desse controle e pelos impactos negativos na vida cotidiana.