Um grupo de 88 brasileiros repatriados dos Estados Unidos compartilhou relatos de maus-tratos e agressões durante o voo de retorno, que fez uma escala inesperada em Manaus. Segundo as vítimas, os passageiros enfrentaram condições precárias de alimentação e conforto, além de falhas técnicas na aeronave. Em relatos emocionados, alguns deportados afirmaram que foram amarrados, sofreram agressões físicas e enfrentaram situações de desespero, com crianças passando mal e desmaiando durante a viagem. Além disso, houve relatos de um brasileiro sendo colocado em um mata-leão e outros que foram impedidos de sair da aeronave.
Durante a escala em Manaus, o voo enfrentou mais complicações, incluindo a recusa por parte dos agentes americanos em permitir que os deportados desembarcassem, apesar de alguns solicitarem a saída devido ao mal-estar. O tratamento foi descrito como desumano, com a maioria dos deportados afirmando que estavam há horas sem alimentação e sem acesso a banheiros adequados. O Ministério das Relações Exteriores do Brasil classificou as ações como degradantes e prometeu questionar o governo americano sobre o ocorrido, principalmente a respeito das algemas usadas e das agressões denunciadas.
Após o incidente, o governo brasileiro disponibilizou um avião da Força Aérea Brasileira para transportar os deportados de Manaus para Belo Horizonte, já sem algemas. O Ministério da Justiça do Brasil também criticou o comportamento das autoridades americanas, considerando a conduta uma violação dos direitos humanos. O governo federal brasileiro está acompanhando as investigações e busca esclarecimentos das autoridades dos EUA, enquanto aguarda um posicionamento oficial da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília.