A presidência brasileira no Brics, que terá foco no primeiro semestre de 2025, busca aproveitar o fórum para fortalecer a discussão sobre o financiamento climático, com vistas à COP30, marcada para novembro em Belém, Pará. A estratégia é ampliar o apoio dos membros do Brics e melhorar a posição do Brasil nas negociações climáticas, particularmente no que tange ao financiamento para enfrentar as mudanças climáticas. No encontro de 2024, os participantes da COP29 comprometeram-se a destinar US$ 300 bilhões anuais até 2035, porém, países em desenvolvimento consideraram o valor insuficiente.
O Brasil também pretende utilizar sua liderança no Brics para promover a diversificação dos meios de pagamento entre os países membros, uma questão estratégica que não está vinculada à criação de uma nova moeda para o bloco, como sugerido em algumas discussões. A intenção é criar alternativas ao dólar, similar ao Sistema de Pagamentos em Moeda Local (SML) do Mercosul, sem qualquer proposta de substituição da moeda norte-americana. As tensões com os Estados Unidos, como as declarações de Donald Trump, não alteram essa agenda.
Além de trabalhar na questão climática, o Brasil organizará diversos encontros durante sua presidência, com destaque para a Cúpula de Líderes do Brics, prevista para julho. A presidência brasileira no grupo se configura como uma oportunidade para reforçar as agendas climática e de pagamentos, priorizando a transição entre os compromissos do G20 e os desafios da COP30.