O professor Tércio Ambrizzi, especialista em mudanças climáticas da USP, destaca que os países precisam intensificar seus esforços para cortar as emissões de CO2, especialmente diante do novo recorde de temperatura global, que superou os 1,5 graus Celsius em relação aos níveis pré-industriais, conforme dados da agência Copernicus. Ambrizzi alerta que, para manter a temperatura global dentro de limites toleráveis, os países terão que adotar metas mais rigorosas, uma vez que a situação atual exige uma resposta global mais forte e coordenada.
Apesar dos desafios impostos por interesses econômicos e políticos, como o protecionismo crescente e o possível retorno de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos, Ambrizzi acredita que as ações do governo americano não serão tão radicais quanto o discurso de campanha sugere. O especialista aponta que a mudança de rumo em relação ao Acordo de Paris traria prejuízos econômicos consideráveis para os EUA, especialmente em áreas de energia renovável, onde a China já ocupa uma posição de liderança.
A COP30, que acontecerá em 2025 no Brasil, será uma oportunidade crucial para o país assumir um papel de liderança na agenda climática global. Com o evento programado para Belém, no Pará, o Brasil terá a chance de impulsionar a transição energética e avançar nas discussões sobre o financiamento climático. Para Ambrizzi, a COP30 pode marcar um ponto de inflexão na luta contra as mudanças climáticas, com o Brasil possuindo vantagens naturais que podem ser aproveitadas para promover um futuro mais sustentável.