Em 2024, o Brasil atingiu o maior número de denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão desde a criação do Disque 100, com quase 4 mil registros, um aumento de 15,4% em relação ao ano anterior. Ao todo, foram 21,6 mil denúncias recebidas desde 2011, evidenciando o crescimento das denúncias de violações trabalhistas graves no país. O levantamento aponta que as vítimas incluem diversos grupos vulneráveis, como idosos, crianças, adolescentes, mulheres e pessoas com deficiência.
Além das denúncias, o governo brasileiro também registrou 2.004 resgates em 2024, número inferior ao do ano anterior, mas que ainda reflete um esforço contínuo para erradicar o trabalho escravo. O total de resgates nos últimos 30 anos supera 65 mil pessoas, com um montante de R$ 155 milhões pagos em verbas rescisórias às vítimas desde 2003. A maior parte dos resgates ocorreu em áreas como construção civil e agricultura, com destaque para os estados de Minas Gerais, São Paulo e Bahia.
A política pública de combate ao trabalho escravo inclui ações fiscais do Grupo Especial de Fiscalização Móvel e a assistência social às vítimas, que recebem suporte para reintegração à sociedade. O Disque 100, disponível 24 horas, e o Sistema Ipê, na internet, são canais essenciais para denúncias anônimas e acessíveis a todos os cidadãos, permitindo um maior alcance no combate a essa grave violação dos direitos humanos no Brasil.