Em 2024, o Brasil registrou 122 assassinatos de pessoas trans e travestis, uma redução de 16% em relação ao ano anterior, quando foram contabilizados 145 casos. Apesar da queda, a Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) destaca que o número ainda está próximo da média histórica, que gira em torno de 125 assassinatos anuais desde 2008. Dentre as vítimas, cinco eram defensoras de direitos humanos e algumas tinham envolvimento político, o que torna a situação ainda mais preocupante.
A maioria das vítimas em 2024 foi composta por travestis e mulheres trans, que representam 95,9% dos casos. Apenas 5 assassinatos ocorreram com homens trans e pessoas transmasculinas. A Antra também ressaltou a dificuldade em obter dados oficiais confiáveis sobre essas mortes, devido à subnotificação e à falta de registros detalhados nas instituições responsáveis. A disparidade entre os números oficiais e os relatos da mídia é uma preocupação recorrente para a organização, que aponta a inexistência de dados desagregados sobre esses crimes.
São Paulo foi o estado com o maior número de assassinatos, com 16 casos, seguido por Minas Gerais e Ceará. A pesquisa também revelou que a violência contra pessoas trans e travestis acontece principalmente no interior dos estados, com 68% dos casos ocorrendo em cidades fora das capitais. Quando comparado a dados internacionais, o Brasil teve um aumento de 110% no número de assassinatos de pessoas trans desde 2008, quando foram registrados 58 casos. Isso demonstra um agravamento da situação, apesar dos avanços na coleta de dados e visibilidade da questão.