Em 2024, o Brasil registrou um número recorde de 3.959 denúncias de trabalho escravo e análogo à escravidão, um aumento de 15% em relação ao ano anterior. Este é o maior número desde a criação do Disque 100, em 2011, e marca a continuidade de uma tendência de aumento nas denúncias desde 2021. O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania confirmou que o país tem batido recordes consecutivos, com 1.918 denúncias em 2021, 2.089 em 2022 e 3.430 em 2023. Antes dessa sequência, o maior número registrado foi de 1.743 denúncias em 2013.
O Código Penal Brasileiro define trabalho análogo à escravidão como a submissão de uma pessoa a condições degradantes de trabalho, jornada exaustiva ou restrição de sua liberdade de locomoção em razão de dívidas com o empregador. As operações de resgates, frequentemente conduzidas por lavradores, têm sido intensificadas em combate a essa prática. A lista suja do trabalho escravo, que registra empregadores flagrados nesse tipo de crime, também atingiu um número recorde com 248 nomes incluídos.
São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro são os estados que lideram as denúncias, com destaque para São Paulo, que registrou 928 denúncias, seguido por Minas Gerais (523) e Rio de Janeiro (371). O Rio Grande do Sul e a Bahia também aparecem entre os estados com maior número de relatos. As denúncias podem ser feitas por meio do Disque 100 e do sistema Ipê, ferramentas fundamentais para a denúncia e combate a essa grave violação de direitos humanos no Brasil.