Em 2024, o Brasil registrou mais de 30,8 milhões de hectares devastados pelo fogo, o que representa um aumento de 79% em relação ao ano anterior. A Amazônia foi a região mais afetada, concentrando mais da metade da área queimada no país. De acordo com o Monitor do Fogo, a vegetação nativa, especialmente as formações florestais, representaram 75% da área queimadas, destacando um padrão preocupante de degradação ambiental. As pastagens também sofreram com o avanço das chamas, consumindo 6,7 milhões de hectares.
O fenômeno climático El Niño, que provocou condições climáticas extremas e deixou a vegetação mais vulnerável ao fogo, foi um dos principais responsáveis pelo aumento das áreas queimadas. O Cerrado e o Pantanal também sofreram grandes danos, com o Cerrado registrando 9,7 milhões de hectares queimados e o Pantanal, 1,9 milhão. A seca extrema que afetou o Pantanal em 2024 foi comparada à de 2020, ampliando a vulnerabilidade do bioma ao fogo.
Os estados do Pará, Mato Grosso e Tocantins foram os mais impactados, concentrando mais da metade da área queimada no país. O município de São Félix do Xingu, no Pará, e Corumbá, em Mato Grosso do Sul, destacaram-se como os locais com as maiores áreas devastadas. Especialistas ressaltam a urgência de ações coordenadas para conter essa crise ambiental, que exige mobilização em diferentes níveis da sociedade.