O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados, sugeriu que o governo brasileiro reconsidere o envio da embaixadora brasileira à posse do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, após a detenção da líder oposicionista María Corina Machado durante um protesto em Caracas. A prisão de Machado, que foi posteriormente liberada, gerou reações internacionais e fortaleceu o argumento de que o reconhecimento do governo Maduro poderia ser interpretado como uma validação de suas práticas autoritárias.
O governo brasileiro havia planejado enviar a embaixadora Glivânia Oliveira para a cerimônia de posse de Maduro, programada para o dia 10 de janeiro. No entanto, diante da repercussão negativa da prisão de Machado e das denúncias de abusos do regime de Maduro, o Itamaraty começou a reconsiderar essa decisão. O deputado Redecker afirmou que a presença do Brasil no evento poderia ser vista como uma aprovação das políticas do governo venezuelano, incluindo a repressão a opositores e a violação de direitos humanos.
Em dezembro do ano anterior, a Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados havia realizado uma audiência virtual com María Corina Machado, na qual a líder oposicionista detalhou as perseguições políticas e as graves violações cometidas pelo governo de Maduro. Na ocasião, o Brasil já havia demonstrado ceticismo em relação à legitimidade das eleições venezuelanas, após o governo de Maduro recusar-se a fornecer documentos solicitados pelo Brasil sobre o pleito de 2023.