O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, afirmou que o Brasil precisa ter um debate corajoso sobre o papel dos militares na política. Em um evento no STF, Mendes sugeriu que projetos de lei em andamento no Congresso Nacional poderiam evitar a militarização da administração pública e a politização das Forças Armadas. Ele também propôs uma nova legislação que estabeleça um prazo de quarentena para militares e outros servidores públicos que queiram se candidatar a cargos eletivos, a fim de preservar a imparcialidade das instituições.
O texto também discute o crescimento da influência de ex-militares e integrantes de forças de segurança nas eleições, com um aumento significativo nas bancadas da segurança pública no Congresso Nacional. Esses ex-integrantes defendem políticas mais duras, como a redução da idade penal e a ampliação do porte de armas. Além disso, o artigo destaca como as visões idealizadas sobre o passado militar do Brasil, frequentemente associadas a uma postura austera e disciplinada, ainda influenciam parte da sociedade, em especial em momentos de crise política e social.
Por fim, o texto aborda a questão da impunidade histórica dos militares no Brasil, particularmente em relação aos golpes de Estado do passado, como o de 1964, e a falta de responsabilização pelos abusos cometidos durante a ditadura militar. Vários especialistas, incluindo jornalistas e ativistas, destacam a necessidade de reformas institucionais e de uma abordagem mais crítica para evitar a repetição desses eventos. A opinião pública e as instituições brasileiras precisam, segundo os analistas, fortalecer a democracia e garantir que a história de abusos e impunidade não se repita.