O Brasil tem enfrentado desafios econômicos devido à alta do dólar e dos rendimentos dos Treasuries, mas há uma vantagem em sua posição comercial, especialmente em relação aos Estados Unidos. Embora o país não tenha superávit comercial com os EUA desde 2007, ele não está no alvo das tarifas protecionistas de Donald Trump, que focam mais em países com grandes superávits bilaterais. Com uma economia vulnerável e uma moeda enfraquecida, o Brasil tem tomado medidas para sustentar o real, como intervenções no mercado de câmbio e aumento da taxa de juros.
No entanto, o retorno de Trump à Casa Branca pode afetar o Brasil de maneiras imprevistas, especialmente se suas políticas comerciais desestabilizarem a economia global. A possibilidade de desaceleração na China, maior parceiro comercial brasileiro, pode impactar negativamente as exportações do país. Por outro lado, o Brasil pode se beneficiar do aumento das exportações agrícolas devido à desvalorização do real, mas uma possível reconciliação entre Trump e a China poderia reduzir essas vantagens.
A experiência do Brasil durante o primeiro mandato de Trump mostrou que o país pode se adaptar a mudanças nas dinâmicas comerciais, como no caso das exportações de soja para a China. No entanto, o risco de tensões ideológicas entre o governo brasileiro e os EUA, além de possíveis respostas populistas de Lula, aumentam a incerteza sobre o futuro econômico do país. O Brasil pode, assim, enfrentar um cenário desafiador caso a economia global sofra com as medidas protecionistas de Trump.