Na sexta-feira (24), um voo de deportação dos Estados Unidos trouxe 88 brasileiros de volta ao Brasil, mas teve que fazer um pouso não programado em Manaus devido a problemas técnicos. Durante a viagem, os deportados foram algemados e alguns tiveram os pés acorrentados, o que gerou indignação nas autoridades brasileiras. O Ministério das Relações Exteriores anunciou que solicitará explicações ao governo dos EUA sobre o tratamento dado aos passageiros, considerando-o degradante. O pedido de esclarecimentos foi formulado após uma reunião entre autoridades brasileiras, incluindo o ministro das Relações Exteriores e representantes da Polícia Federal e da Força Aérea Brasileira.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao ser informado sobre a situação, determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse enviada para Manaus e garantisse que os deportados completassem a viagem com segurança e dignidade. O voo da FAB partiu de Brasília no sábado (25) e levou os brasileiros para Belo Horizonte, onde aterrissou no final da tarde. O Ministério da Justiça enfatizou que a dignidade humana é um princípio fundamental da Constituição Brasileira e que o tratamento dispensado aos deportados não condizia com esses valores.
Após a chegada dos deportados a Manaus, a Polícia Federal retirou as algemas dos cidadãos brasileiros, conforme os protocolos de segurança em território nacional. A Embaixada dos Estados Unidos em Brasília se manifestou, informando que mantém contato com as autoridades brasileiras sobre o incidente, sem fornecer maiores detalhes. A situação gerou um debate sobre os direitos dos deportados e o papel das autoridades brasileiras na proteção da dignidade humana durante o processo de repatriação.