O governo brasileiro não reconheceu oficialmente a vitória de Nicolás Maduro nem da oposição nas eleições presidenciais de 2024, e mantém uma postura de pragmatismo diplomático em relação à Venezuela. Embora o Conselho Nacional Eleitoral e a Suprema Corte venezuelana tenham proclamado Maduro como vencedor, alegações de fraude por parte da oposição e de organismos internacionais resultaram no reconhecimento de outro líder como presidente legítimo. O Brasil, por sua vez, decidiu não interromper as relações diplomáticas, buscando preservar o canal de diálogo com o país vizinho, especialmente devido a questões como a migração, que impactam diretamente o Brasil.
A embaixadora brasileira na Venezuela, Glivânia Maria de Oliveira, representou o Brasil na cerimônia de posse de Maduro, realizada em Caracas. Inicialmente, o governo brasileiro havia discutido a possibilidade de não enviar nenhum representante, devido a episódios envolvendo líderes opositores, como a prisão e liberação de Maria Corina Machado. No entanto, a decisão final foi de manter a presença diplomática da embaixadora, a qual já estava prevista desde 2023, como forma de manter o vínculo institucional com a Venezuela, sem endossar as alegações de fraude eleitoral.
Apesar da postura cautelosa adotada pelo governo brasileiro, as relações diplomáticas entre o Brasil e a Venezuela passaram por um distanciamento devido à crescente tensão política. O presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, em sintonia com outros líderes internacionais, tem pressionado pela divulgação das atas eleitorais da Venezuela, algo que foi proibido pela Suprema Corte local. No entanto, o Brasil segue comprometido em não romper laços diplomáticos, ressaltando a importância de uma abordagem equilibrada para lidar com a crise venezuelana.