O governo brasileiro, por meio de sua embaixadora na Venezuela, Gilvânia Maria de Oliveira, não reconheceu oficialmente a vitória de Nicolás Maduro nas eleições de 2024, nem a vitória da oposição. Em vez disso, o Brasil optou por manter um canal de comunicação aberto com o regime venezuelano, mesmo diante das controvérsias sobre a legitimidade da eleição. A oposição e organizações internacionais alegam que houve fraude no processo eleitoral, mas a Suprema Corte venezuelana alinhada ao governo de Maduro impediu a divulgação de documentos eleitorais que poderiam comprovar essas alegações.
Embora o presidente Lula tenha adotado uma postura mais crítica em relação a Maduro, cobrando a divulgação das atas eleitorais, o Brasil não rompeu relações diplomáticas com a Venezuela. O embaixador em Brasília foi chamado de volta a Caracas, e a embaixadora brasileira na Venezuela participou da cerimônia de posse de Maduro em 10 de janeiro de 2025. A decisão de manter a presença diplomática foi tomada após uma avaliação do governo, que considerou necessário continuar a dialogar com o país vizinho, principalmente devido aos impactos regionais que a crise na Venezuela pode gerar, como na questão migratória.
Em relação à cerimônia de posse, o governo brasileiro havia decidido que a embaixadora seria a representante oficial do Brasil, e não o presidente Lula. Embora a presença de Gilvânia tenha sido inicialmente reavaliada devido a eventos políticos na Venezuela, a decisão foi mantida. Apesar das divergências políticas, o governo brasileiro adota uma abordagem pragmática ao manter o canal de diálogo com Caracas, em busca de uma relação diplomática estável e sem rupturas abruptas.