O brasileiro Ciro Daniel Amorim Ferreira, de Belo Horizonte, foi incluído pela primeira vez em uma lista de terroristas divulgada pelo governo dos Estados Unidos. Ele é identificado como um dos administradores de um canal no Telegram, conhecido por ser um espaço de recrutamento de supremacistas brancos e de incentivo a ações extremistas. A plataforma, chamada Terrorgram, tem como objetivo incitar ataques e disseminar uma ideologia de guerra racial, com foco em minorias. A polícia americana aponta que um dos envolvidos no ataque a uma escola em Nashville recentemente fazia parte desse grupo.
Além das investigações sobre o canal, um relatório exclusivo obtido pela TV Globo detalha o crescimento de grupos de ódio nas redes sociais, com especial atenção ao movimento musical de bandas de “nazi black metal”. Essas bandas, que promovem ideologias extremistas e de ódio, são associadas ao Terrorgram. A pesquisa também aponta para o aumento de grupos neonazistas no Brasil, que têm usado o gênero musical para disseminar mensagens contra negros, judeus e membros da comunidade LGBTQIAP+.
A investigação revela que o número de bandas de black metal neonazistas no Brasil subiu significativamente nos últimos anos, passando de 45 para 125 grupos. Esses movimentos, com maior concentração nos estados de São Paulo, Paraná e Rio de Janeiro, não só lançam álbuns como também promovem eventos clandestinos. Algumas dessas bandas têm se relacionado com grupos de outros países, ampliando sua rede de influência e promovendo o extremismo por meio de plataformas digitais como Spotify.