Durante o terceiro mandato de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil enfrentou dificuldades para se posicionar como mediador em importantes crises internacionais. Apesar das expectativas de uma atuação mais relevante em conflitos como a guerra da Ucrânia e o conflito em Gaza, especialistas indicam que a falta de disposição das partes envolvidas e os interesses de outras nações minaram os esforços brasileiros. Embora o Brasil tenha buscado intermediar questões como a crise democrática na Venezuela e a guerra entre Israel e o Hamas, os resultados foram insatisfatórios, principalmente por conta da resistência de algumas partes e da complexidade das situações.
No caso da guerra na Ucrânia, o Brasil tentou se envolver mais ativamente ao propor soluções diplomáticas e ao apoiar a soberania ucraniana. No entanto, ao longo dos últimos anos, as relações entre Lula e o presidente ucraniano se deterioraram, e o Brasil passou a ser visto como um mediador menos influente. Em relação à Venezuela, Lula procurou facilitar o diálogo, mas as tensões políticas internas e a falta de mudanças concretas dificultaram o progresso nas negociações. A falta de uma solução duradoura também se reflete no processo eleitoral venezuelano, que gerou questionamentos internacionais.
No caso da guerra em Gaza, o Brasil tentou liderar um esforço diplomático no Conselho de Segurança da ONU, mas foi vetado por potências como os Estados Unidos, e a comparação entre a situação em Gaza e o regime nazista gerou uma crise diplomática com Israel. O Brasil, embora tenha se esforçado para defender uma posição de paz, não conseguiu se consolidar como um mediador eficaz nesses conflitos globais. A situação reflete um cenário mais amplo de disfuncionalidade da ONU e a crescente dificuldade para lidar com as grandes potências, o que diminui a capacidade de mediação do Brasil.