Nos últimos quatro anos, o Brasil viu um aumento significativo no número de desastres ambientais, que mais do que dobraram desde 2019. Segundo estudo da Aliança Brasileira pela Cultura Oceânica, entre 2000 e 2019, o país registrou uma média de mais de dois mil desastres anuais. Contudo, entre 2020 e 2023, esse número superou os quatro mil, com eventos como secas, enchentes, tempestades e ciclones se tornando mais frequentes e intensos. As consequências desses desastres são devastadoras não apenas do ponto de vista ambiental, mas também social e econômico, com milhares de vidas perdidas, pessoas desabrigadas e bilhões de reais em prejuízos.
O aumento desses desastres coloca em evidência as falhas na gestão de riscos e nas políticas públicas para enfrentar as mudanças climáticas. Apesar de esforços para implementar estratégias de mitigação e adaptação, o Brasil ainda enfrenta dificuldades na criação de um modelo integrado e coordenado de gestão. A falta de um planejamento eficaz e de uma resposta estruturada agrava os impactos, tornando difícil a adaptação das populações e das infraestruturas aos efeitos das mudanças climáticas. A resiliência climática, conceito que envolve a capacidade de adaptação aos desastres, é uma prioridade, mas sua implementação é lenta e muitas vezes fragmentada.
A resposta a essa crise exige uma ação mais coordenada, envolvendo não apenas o governo, mas também as empresas e a sociedade como um todo. A mudança precisa ser rápida e abrangente, com a adoção de políticas públicas mais eficazes e a mobilização de cada cidadão em ações concretas, como o consumo consciente. A duplicação dos desastres ambientais no Brasil serve como um alerta de que estamos em um ponto crítico, e que a colaboração entre diferentes setores da sociedade é essencial para enfrentar os desafios impostos pelas mudanças climáticas de maneira eficiente e sustentável.