No final de 2024, o Brasil implementou a Política Nacional de Cuidados, com o objetivo de apoiar as famílias e promover a participação dos homens nas atividades de cuidado. A política visa ampliar a oferta de creches, escolas em tempo integral e criar espaços como cozinhas e lavanderias comunitárias, especialmente em áreas com menos recursos. Esse movimento é parte de um esforço mais amplo para reduzir desigualdades de gênero e raça no trabalho de cuidado, que historicamente recai sobre as mulheres, principalmente as negras, com impacto negativo em sua inserção no mercado de trabalho e outras atividades.
O Brasil se junta a outros países da América Latina, como Chile, México e Colômbia, que também desenvolvem iniciativas semelhantes. A secretária nacional de Cuidados e Família, Laís Abramo, destacou que o envelhecimento da população e a redução do tamanho das famílias exigem soluções para garantir que os cuidados sejam adequados tanto para crianças quanto para idosos e pessoas com deficiência. O plano inclui expandir os serviços de atendimento domiciliar e criar centros de acolhimento para essas populações, além de proporcionar mais recursos para as famílias que precisam desse suporte.
A implementação dessas políticas, no entanto, depende de investimentos adicionais, já que os recursos atuais não são suficientes para garantir sua consolidação. Embora haja uma iniciativa do governo para regulamentar a licença-paternidade, a igualdade no cuidado doméstico ainda enfrenta desafios significativos. Em um cenário mais amplo, o tema do cuidado foi discutido no G20, com avanços observados em outros países da região, mas a implementação de políticas públicas eficazes depende da participação ativa tanto do setor público quanto privado para promover uma mudança cultural e reduzir as desigualdades existentes.