O Ministério das Relações Exteriores (MRE) do Brasil anunciou a criação de um grupo de trabalho em colaboração com a Embaixada dos Estados Unidos, com o objetivo de trocar informações sobre os brasileiros deportados e aprimorar a operacionalização dos voos de deportação. A iniciativa visa garantir a segurança e o tratamento digno dos deportados, com a implementação de uma linha direta de comunicação entre os envolvidos, permitindo o acompanhamento em tempo real dos voos. Além disso, o governo brasileiro informou a criação de um posto de acolhimento no Aeroporto de Confins, em Minas Gerais, para receber os deportados dos EUA, escolhendo essa localização devido aos voos frequentes que chegam a este terminal.
O anúncio ocorre após um incidente envolvendo um voo de deportação que trouxe à tona várias falhas no processo, incluindo relatos de tratamento inadequado dos passageiros, como o uso de algemas durante todo o trajeto, agressões por parte dos agentes americanos e a privação de alimentação e acesso a banheiros. Problemas técnicos, como a falha no sistema de ar-condicionado, também afetaram a operação do voo. Em resposta a essas situações, a Polícia Federal determinou que as algemas fossem retiradas, e os passageiros foram transferidos para outro avião da Força Aérea Brasileira, chegando em Belo Horizonte no dia seguinte.
O MRE destacou que a criação do grupo de trabalho foi um passo importante para formalizar a comunicação entre Brasil e EUA sobre o tema e para garantir o acompanhamento das deportações. O governo brasileiro tem manifestado sua preocupação com a situação dos deportados, especialmente após a mudança de políticas migratórias dos Estados Unidos, que têm levado ao aumento de deportações de brasileiros desde o início do mandato do presidente americano Donald Trump.