No último fim de semana, 88 brasileiros foram deportados dos Estados Unidos e chegaram a Manaus em condições que geraram descontentamento por parte do governo brasileiro. Os deportados desembarcaram algemados nas mãos e nos pés, o que provocou críticas das autoridades nacionais. A situação também envolveu reclamações sobre desconforto durante o voo, como falta de ar-condicionado e dificuldades para usar o banheiro. O governo brasileiro, por meio do ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou que as deportações devem garantir a dignidade dos deportados, mas descartou o uso de voos da Força Aérea Brasileira (FAB) para essa finalidade.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu com ministros e representantes da FAB e da Polícia Federal para discutir as deportações e a maneira de lidar com a questão sem gerar atritos com o governo dos Estados Unidos, especialmente no início do mandato de Donald Trump. A prioridade do governo brasileiro é assegurar o tratamento digno dos deportados, sem confrontos com o governo norte-americano. As algemas, que haviam sido usadas durante o voo internacional, foram retiradas no Brasil por determinação das autoridades nacionais.
Além de discutir a questão do tratamento dos deportados, o governo também avalia alternativas para financiar o acolhimento de imigrantes, especialmente com a recente suspensão de repasses dos EUA para a Organização Internacional para as Migrações (OIM). O governo brasileiro tem enfatizado que o respeito aos direitos dos deportados, embora previsto em acordos bilaterais, é uma questão de soberania nacional, e que o país continuará buscando uma abordagem que respeite esses princípios, sem gerar atritos diplomáticos.