Desde 1995, o Brasil tem resgatado cerca de 65 mil trabalhadores em situações análogas à escravidão, apesar da abolição formal do trabalho escravo em 1888. O Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) destaca que a maioria das vítimas são pessoas em vulnerabilidade social, com baixo nível educacional e oriundas de áreas com poucas oportunidades. As condições que caracterizam esse tipo de trabalho incluem coação, jornadas exaustivas, ambientes degradantes e restrição à liberdade.
Para combater o problema, foi criado, em 1995, o Grupo Especial de Fiscalização Móvel (GEFM), responsável por resgatar vítimas e desarticular redes de exploração. A maior parte das vítimas resgatadas é composta por pessoas de baixa renda, muitas vezes negras ou pardas, que devido à falta de informações sobre seus direitos, acabam sendo exploradas. A legislação brasileira garante que trabalhadores estrangeiros também tenham os mesmos direitos que os nacionais e possam denunciar essas situações.
Em 2020, foi implementado o Sistema Ipê, um canal de denúncias dedicado exclusivamente ao combate ao trabalho análogo à escravidão. Nos últimos anos, o número de denúncias tem crescido, refletindo uma maior conscientização sobre o problema. Além disso, a legislação prevê apoio jurídico, assistência social e reintegração ao mercado de trabalho para as vítimas.