Em 2024, 122 pessoas trans e travestis foram assassinadas no Brasil, segundo o dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra). Embora o número represente uma leve queda em relação ao ano anterior, o país segue como o líder mundial no assassinato de pessoas trans, pelo 16º ano consecutivo. As vítimas, em sua maioria, são jovens trans negras, empobrecidas e residentes em regiões do Nordeste, assassinadas frequentemente em espaços públicos e de forma cruel. São Paulo foi o estado com o maior número de registros, seguido por Minas Gerais e Ceará.
O perfil das vítimas é marcado pela alta vulnerabilidade social, com muitos envolvidos no trabalho sexual como fonte principal de renda. A Antra destaca que essa marginalização contribui diretamente para a exposição dessas pessoas à violência. Além disso, o estudo revela que a falta de políticas públicas efetivas nos estados mais afetados dificulta a proteção da comunidade trans e travesti, tornando o cenário ainda mais alarmante. A pesquisa também aponta que, para combater essa violência, são necessárias ações educativas, a implementação de cotas em universidades e a qualificação de profissionais em áreas como saúde e segurança pública.
O dossiê também trouxe à tona casos específicos de violência, como a morte de uma pessoa trans dentro de um presídio no Distrito Federal. A presidente da Antra, Bruna Benevides, reforça a importância de políticas públicas direcionadas para a proteção das pessoas trans e travestis, incluindo a promoção de direitos, qualificação profissional e um atendimento especializado nas áreas de educação, saúde e assistência social.