O Brasil está se preparando para o primeiro leilão de cessão de áreas para a exploração de energia eólica offshore, previsto para 2025. A sanção da lei que autoriza essa exploração é vista como um passo importante para o país, especialmente em alinhamento com as metas climáticas para a COP30. A presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), Elbia Gannoum, destacou que, apesar de a tecnologia de energia eólica offshore ser estudada há anos, a estrutura legal e os preparativos para o leilão estão bem avançados, com expectativa de que o Brasil comece a leiloar essas áreas em 2025.
O Brasil possui grande potencial para o uso de energia eólica offshore, especialmente nas regiões Nordeste, Sudeste e Sul, com mais de 100 projetos em desenvolvimento, somando 244 GW de potência. Contudo, a maioria desses projetos ainda está em estágios iniciais, e os investidores precisarão de pelo menos três anos para desenvolver as usinas após obterem o direito de exploração. As primeiras usinas podem entrar em operação por volta de 2031. O país, além disso, está adotando a energia eólica offshore como parte de uma estratégia mais ampla de transição energética e reindustrialização, que inclui uma série de iniciativas governamentais.
Apesar do potencial, o setor eólico brasileiro enfrenta desafios, incluindo a retração nas instalações de novas usinas, devido à sobreoferta de energia no mercado. A presidente da ABEEólica ressaltou que a desaceleração é conjuntural e destacou que a demanda por eletricidade deverá crescer a partir de 2027, impulsionada pela expansão de setores como data centers e a indústria de hidrogênio verde. Gannoum também comemorou o veto presidencial a emendas que poderiam desviar a agenda de energia limpa, como as que incentivavam termelétricas a gás e usinas a carvão.