O Brasil assumiu a presidência rotativa do Brics a partir de 1º de janeiro de 2025, com a missão de coordenar as atividades do bloco nos primeiros seis meses do ano. Entre os países membros estão Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e o Brasil se concentrará em questões como a facilitação do comércio, governança da inteligência artificial, financiamento climático, saúde pública e o fortalecimento institucional do grupo. Durante sua presidência, o país terá a responsabilidade de organizar mais de 100 reuniões e coordenar as discussões sobre os principais temas do bloco, culminando com a Cúpula do Brics prevista para julho, no Rio de Janeiro.
A ampliação do Brics, que já incluiu novos membros como Irã, Egito e Etiópia, além da criação de uma categoria de “países parceiros”, tem sido um ponto de interesse geopolítico. Países como Cuba, Turquia e Nigéria foram incluídos nesta nova categoria. Especialistas indicam que essa expansão visa aumentar a influência geopolítica da Rússia e da China, com a criação de novas áreas de influência no cenário global, especialmente em contraste com o poder tradicional dos Estados Unidos e da Europa. Embora a questão da ampliação também envolva aspectos econômicos, muitos veem a disputa como uma luta por hegemonia.
Além dos temas econômicos e de expansão, o Brasil tem se mostrado um defensor da redução da dependência do dólar nas transações internacionais, especialmente no contexto de economias emergentes que enfrentam flutuações monetárias. O presidente dos EUA, Donald Trump, tem feito ameaças de tarifas pesadas caso o bloco substitua o dólar por outra moeda nas suas transações. No entanto, dentro do Brics, há um crescente debate sobre o impacto da dependência do dólar e os benefícios de diversificar as moedas de comércio entre os países membros.