O Brasil assumiu, em 1º de janeiro de 2024, a presidência do Brics, grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. A presidência do bloco é rotativa e dura um ano. O Brasil concentrará suas atividades no primeiro semestre do ano, devido à realização da COP30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, prevista para o segundo semestre. O governo brasileiro definiu cinco temas prioritários para discutir durante sua presidência, incluindo facilitação do comércio e investimentos, governança da inteligência artificial, financiamento para mudanças climáticas, cooperação em saúde pública e fortalecimento institucional do bloco.
O Brics tem sido palco de discussões sobre a substituição do dólar como moeda de referência no comércio internacional, uma questão que interessa especialmente aos países emergentes do grupo. O presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva tem sido um defensor dessa mudança, destacando a vulnerabilidade das economias do Brics à política monetária dos Estados Unidos. Contudo, o ex-presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçou aplicar tarifas de 100% sobre produtos dos países do bloco caso esta substituição se concretize.
O bloco, que já ampliou seu escopo com a adesão de novos membros como Irã, Egito e Etiópia, continua buscando expandir sua influência geopolítica. Além da entrada de novos países, o Brics também criou uma categoria de “parceiros”, com status inferior, mas com possibilidade de participação em cúpulas e reuniões. A ampliação do grupo reflete uma disputa crescente por áreas de influência global, especialmente entre a China e a Rússia, em contraposição aos interesses de potências como os Estados Unidos e a União Europeia.