O Bradesco projeta uma inflação de alimentos em torno de 7,2% para 2025, refletindo a queda no ritmo de abates e o impacto nos preços das proteínas. Em seu relatório, o banco destaca que a alimentação no domicílio foi o grupo que mais influenciou a inflação em 2024, cujo IPCA superou as previsões iniciais, fechando em 4,8%, devido a uma série de fatores inesperados. A desvalorização do real, de 27%, os choques climáticos e o aumento nos custos de energia também desempenharam um papel significativo na aceleração da inflação.
O Bradesco enfatiza que, em 2025, os efeitos da desvalorização cambial continuarão a pressionar a inflação, especialmente no primeiro trimestre. Contudo, o cenário de neutralidade climática e a taxa de juros reais elevada, podendo alcançar até 10%, devem ajudar a conter a inflação, caso não ocorram novos choques econômicos. A expectativa é que esses fatores contribuam para uma desaceleração do crescimento e uma eventual redução da pressão inflacionária.
Em relação aos preços da energia elétrica e combustíveis, o banco apresenta uma visão cautelosa. Não há previsão de reajustes nos combustíveis no curto prazo, mas a defasagem da gasolina e do diesel em relação aos preços internacionais traz incertezas. Para a energia elétrica, é esperada uma alta média de cerca de 3%, sem impactos significativos devido a bandeiras tarifárias. Esse cenário permanece incerto, dependendo de variáveis externas e políticas internas de ajustes.