O ex-presidente Jair Bolsonaro levou sua esposa, Michelle, até o aeroporto de Brasília neste sábado (18), de onde ela embarcou para os Estados Unidos, onde representará o marido na cerimônia de posse de Donald Trump. Bolsonaro expressou seu constrangimento por não poder comparecer ao evento em Washington, devido à retenção de seu passaporte, que foi confiscado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) em fevereiro de 2024, no contexto das investigações sobre o golpe de Estado frustrado de 2022.
O ex-presidente criticou duramente a decisão do STF, especialmente o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, alegando que enfrenta uma “enorme perseguição política”. Ele também lamentou não poder cumprir compromissos agendados com líderes estrangeiros, afirmando que as condições que levaram à apreensão de seu passaporte continuam, segundo as autoridades. Em suas falas, Bolsonaro reiterou a expectativa de que a nova administração dos EUA o apoie na reversão de sua inelegibilidade, destacando uma possível colaboração de Trump.
Michelle Bolsonaro, por sua vez, também se manifestou no aeroporto, sugerindo que o ex-presidente está sendo alvo de uma “perseguição” e mencionando que há uma certa preocupação por parte de outros setores da política em relação à sua figura. Contudo, ela não especificou a quem se referia. As declarações seguem o tom de contestação à decisão judicial, que mantém a inelegibilidade de Bolsonaro por oito anos, e indicam uma busca por apoio externo para reverter o cenário político atual no Brasil.