O ex-presidente Jair Bolsonaro informou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que recebeu um e-mail do cerimonial do evento da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e que considera esse como o convite oficial para participar da cerimônia em Washington, marcada para o dia 20 de janeiro. O ex-presidente, que tem o passaporte retido pela Justiça desde fevereiro de 2024, precisará da autorização de Moraes para viajar, dado que está sob investigação por suposta participação em um plano de golpe pós-eleições de 2022.
O STF solicitou que Bolsonaro comprovasse sua inclusão na lista de convidados antes de tomar uma decisão. O convite foi enviado para o e-mail do deputado Eduardo Bolsonaro e, segundo a defesa, foi autenticado por meio do domínio oficial do comitê de posse de Trump. Para reforçar a veracidade da correspondência, a defesa anexou uma tradução juramentada do e-mail. O documento de convite também detalha a cerimônia de posse e o baile inaugural, convidando o ex-presidente e um acompanhante.
A defesa de Bolsonaro comprometeu-se a seguir eventuais restrições caso a viagem seja autorizada, como a comunicação detalhada da agenda e a entrega dos comprovantes de ida e volta ao Brasil. A retensão do passaporte foi uma medida cautelar adotada devido a suspeitas sobre sua participação em atividades ilegais, e o ex-presidente já manifestou descontentamento com a situação, alegando perseguição por parte das autoridades. Em março de 2024, uma solicitação de viagem para Israel também foi negada pelo STF.