O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, fez duras críticas à ideia do presidente eleito, Donald Trump, de tentar assumir o controle da Groenlândia, um território autônomo da Dinamarca. Em entrevista à imprensa, Blinken afirmou que essa proposta não é apenas inadequada, mas também inviável. Ele ressaltou que, ao longo dos últimos anos, a política dos Estados Unidos tem priorizado a colaboração estreita com seus aliados, sem ações que possam prejudicar essas relações. O chefe da diplomacia americana também observou que não vale a pena gastar tempo discutindo uma ideia que não se concretizará.
Trump, que assumirá o cargo em 20 de janeiro, havia reiterado anteriormente seu interesse pela Groenlândia, alegando que os EUA necessitam do território por questões de segurança nacional. Ele chegou a sugerir a possibilidade de usar a força para viabilizar a adesão da ilha aos Estados Unidos. A Groenlândia, no entanto, é um território semisoberano da Dinamarca, e seu ministro das Relações Exteriores afirmou que a ilha tem o direito de buscar a independência, mas é improvável que venha a ser integrada aos EUA. Além disso, o primeiro-ministro da Groenlândia, Múte Egede, reforçou que a ilha não está à venda e voltou a defender a independência de seu país.
O governo dinamarquês e os líderes groenlandeses mantiveram uma posição firme contra a ideia de Trump, que já havia tentado comprar a Groenlândia em 2019, quando sua visita à Dinamarca foi cancelada após a recusa da primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, ao plano. A Groenlândia, que é membro da OTAN devido à sua vinculação com a Dinamarca, possui grande importância estratégica para os Estados Unidos, especialmente em termos militares e de defesa. Apesar disso, a proposta de Trump de transformar o território em um Estado dos EUA continua sendo amplamente rejeitada por seus líderes locais e por aliados internacionais.