A bioeconomia ou sociobioeconomia tem ganhado destaque no Brasil com a contribuição de empreendedores da Amazônia que buscam aliar a geração de renda à preservação da biodiversidade. Produtos típicos da região, como cupuaçu, bacuri e tucupi, são processados por empresas locais e vendidos em mercados tanto no Brasil quanto no exterior. O modelo de negócios dessas empresas envolve parcerias diretas com comunidades tradicionais, promovendo um ciclo que valoriza o trabalho local, gera emprego e incentiva a conservação da floresta. Essa dinâmica favorece a criação de pequenos e médios negócios, em oposição a grandes projetos de exploração da região.
A Associação dos Negócios de Sociobioeconomia da Amazônia (Assobio), com mais de 75 empresas associadas, promove iniciativas sustentáveis que visam o desenvolvimento econômico da região sem comprometer o meio ambiente. Além de alimentos, as empresas da Assobio também produzem cosméticos, farmacêuticos e artigos de moda, todos com insumos provenientes da biodiversidade amazônica. A ideia é apoiar a preservação da região por meio do uso responsável dos recursos naturais, evitando monoculturas e incentivando uma economia mais diversificada e justa.
Empreendedores como Priscila Almeida, fundadora da Smart Food, e Elijane Nogueira, criadora da marca Yanciã, também são exemplos de como a sociobioeconomia pode ser uma alternativa eficaz para combater os impactos da crise climática. Priscila, com sua linha de alimentos veganos, utiliza ingredientes da floresta e busca gerar impacto positivo nas comunidades locais. Já Elijane, com seu trabalho de moda artesanal, resgata saberes ancestrais e promove a valorização cultural das comunidades indígenas e tradicionais da Amazônia. Ambos os negócios contribuem para um modelo econômico sustentável, que prioriza a regeneração ambiental e a inclusão social.