Belém, no Pará, está se preparando para sediar a 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30), que ocorrerá entre 10 e 21 de novembro de 2025. Para isso, a cidade passa por uma série de intervenções estruturais, incluindo a restauração do Mercado de São Brás e obras no transporte, com destaque para a finalização do BRT Metropolitano e ampliação de vias. Mais de 30 projetos estão em andamento, com investimentos significativos vindos de esferas federal, estadual e municipal. O evento internacional, de grande importância para a discussão das mudanças climáticas, exigirá a construção de infraestrutura para receber mais de 60 mil pessoas, incluindo chefes de Estado, diplomatas e representantes de diversos países.
A hotelaria de Belém enfrenta o desafio de ampliar a quantidade de leitos, atualmente em 18 mil, para até 50 mil até a data da conferência. Além das reformas nos hotéis existentes, a cidade contará com novos empreendimentos de alto padrão, além de alternativas como plataformas de hospedagem virtual e transatlânticos. Estima-se que o setor de turismo precisará contratar cerca de 40% mais trabalhadores para atender à demanda. Para além da hotelaria, a cidade também investe em equipamentos como o Parque da Cidade e Hangar Centro de Convenções, que serão os locais principais do evento.
Apesar dos avanços, especialistas apontam questões relacionadas ao legado das obras. Para alguns, os investimentos podem favorecer a valorização imobiliária e o transporte individual, em detrimento de políticas mais sustentáveis e acessíveis à população. A cidade, que ainda enfrenta grandes desafios em termos de infraestrutura e qualidade de moradia, viu sua rede de serviços expandir rapidamente, mas as críticas destacam a necessidade de um equilíbrio entre desenvolvimento econômico e justiça social. A COP30, no entanto, também representa uma chance para Belém assumir protagonismo nas discussões ambientais, especialmente considerando a sua posição na Amazônia e a presença de instituições científicas relevantes.