O Banco Central Europeu (BCE) avalia que a zona do euro está em uma boa trajetória de desinflação e que a meta de 2% poderá ser atingida de maneira sustentada no médio prazo. No entanto, o bloco enfrenta desafios geopolíticos significativos e incertezas que podem afetar o crescimento econômico. A inflação doméstica tem desacelerado, mas segue alta, impulsionada pelo avanço salarial e pela correção de preços em setores que ainda ajustam os aumentos acumulados nos últimos anos.
O BCE prevê que os preços de energia devem permanecer negativos até o segundo semestre de 2025, com uma recuperação mais forte só ocorrendo em 2027. Por outro lado, os preços dos alimentos devem continuar a crescer até meados de 2025, com uma desaceleração subsequente até 2027. Apesar da desaceleração em setores como a indústria e serviços, o consumo e os aumentos nos estoques empresariais têm sustentado o crescimento do PIB. No entanto, o BCE alerta para o risco de tensões comerciais que possam reduzir as exportações e enfraquecer a economia global.
A autoridade monetária também observa riscos adicionais, como o aumento de conflitos geopolíticos, a queda na confiança do consumidor e o impacto prolongado de uma política monetária restritiva. No entanto, o BCE acredita que um possível relaxamento das condições financeiras, aliado a um crescimento salarial robusto e a queda da inflação, pode impulsionar uma recuperação do consumo e dos investimentos na zona do euro.