A Basf concluiu recentemente a captação de R$ 800 milhões para sua divisão agrícola no Brasil por meio da terceira emissão de um FIDC (Fundo de Investimento em Direitos Creditórios). O montante será destinado ao financiamento de insumos vendidos a distribuidores, cooperativas e produtores rurais. A operação faz parte de uma estratégia para ampliar o acesso ao crédito agrícola, oferecendo aos clientes prazos mais flexíveis para o pagamento dos produtos. O FIDC foi lançado em 2022 e gerido pela Opea, e a nova emissão representa um aumento de 93% em comparação com a primeira.
No contexto de uma crescente demanda por fundos de recebíveis, a emissão da Basf reflete uma tendência mais ampla do mercado. Segundo a Anbima, os FIDCs se consolidaram como o segundo maior instrumento de captação no Brasil, atrás apenas das debêntures, com um crescimento de 86% em 2024. Esses fundos, que podem ser mais flexíveis em comparação com outros instrumentos financeiros, têm sido cada vez mais utilizados por empresas como a Basf, especialmente após mudanças nas regras de emissão de CRAs (Certificados de Recebíveis do Agronegócio).
O aumento da confiança nos FIDCs ocorre em um momento de desconfiança em relação a outros ativos do agronegócio, como CRAs e Fiagros, após o aumento no número de pedidos de recuperação judicial em empresas do setor. Embora a crise tenha impactado algumas empresas específicas, especialistas destacam que o agronegócio brasileiro continua sendo um setor robusto. Investidores institucionais, que têm capacidade para analisar a performance histórica das carteiras, são apontados como os principais interessados nos FIDCs, que continuam a mostrar crescimento no mercado financeiro.