O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) anunciou um aumento de 1 ponto percentual na Selic, levando a taxa básica de juros para 13,25% ao ano, conforme sinalizado na reunião anterior. A decisão reflete uma continuidade das políticas implementadas durante a gestão de Roberto Campos Neto, com destaque para a transição suave para a nova diretoria, liderada por Gabriel Galípolo, sem grandes mudanças na abordagem técnica adotada pelo BC. Segundo Marco Antonio Caruso, do Banco Santander, o processo foi conduzido de maneira técnica e sem interferência política.
O aumento da Selic já era esperado pelo mercado, considerando a deterioração das expectativas de inflação e o cenário de pressões econômicas, como o aumento das projeções de inflação e a resiliência da atividade econômica. O Banco Central afirmou que a atual política monetária mais contracionista é necessária para combater a desancoragem das expectativas inflacionárias e os desafios no mercado de trabalho. Além disso, o BC já indicou que a taxa de juros pode ser ajustada novamente em março, conforme o cenário evolui.
O economista Caruso destacou que a próxima etapa do governo seria o foco em um ajuste fiscal, uma estratégia defendida pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Caso o ajuste fiscal seja mantido, a combinação de políticas monetária e fiscal ajudaria na redução da inflação. A expectativa é que, no futuro, o BC possa considerar cortes na taxa de juros, alinhando-se ao desejo do presidente de promover um alívio econômico, desde que a inflação seja controlada adequadamente.