O Banco Central do Brasil realizou nesta segunda-feira a venda de US$ 2 bilhões em dois leilões com compromisso de recompra, marcando a primeira intervenção cambial sob a gestão do novo presidente, Gabriel Galípolo. Os leilões ocorreram pela manhã, sendo o primeiro, com a recompra prevista para 2025, aceitando três propostas de venda, totalizando US$ 1 bilhão, com taxa de corte de 5,851%. O segundo leilão também foi de US$ 1 bilhão, com data de recompra para 2025, e uma taxa de corte ligeiramente mais alta, de 5,879%.
Ambas as operações utilizaram a taxa de câmbio de Ptax às 10h, que registrava 6,0781 reais por dólar. A razão para os leilões não foi informada pelo BC, mas o movimento ocorreu no mesmo dia da posse do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Historicamente, o Banco Central realiza esse tipo de operação no final do ano, especialmente em dezembro, para atender à demanda externa por moeda. Em dezembro de 2024, o BC vendeu um total de US$ 32,6 bilhões em operações de linha e outras transações de venda de dólares.
O dólar à vista, logo após as operações, caiu 0,31%, com a cotação alcançando 6,0465 reais. A intervenção ocorre em um cenário de preocupação com a desvalorização da moeda brasileira, que se intensificou no fim de 2024, após anúncios de medidas fiscais do governo. A alta do dólar também refletiu as incertezas geradas por mudanças propostas nas políticas fiscais e tributárias do país.