Em carta enviada ao Ministério da Fazenda, o presidente do Banco Central (BC), Gabriel Galípolo, informou que a inflação no Brasil ficará acima da meta estipulada até o terceiro trimestre de 2025. A medida atende a uma exigência para que o presidente da autoridade monetária explique os motivos do desvio da inflação em relação ao alvo estabelecido pelo governo. Segundo as projeções do BC, a inflação só começará a diminuir após o terceiro trimestre de 2025, mas continuará acima do limite da meta por um período. No cenário de 2024, fatores como o crescimento econômico, a depreciação do câmbio e questões climáticas foram apontados como principais influências para o aumento da inflação.
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, fechou 2024 em 4,83%, ultrapassando o teto de 4,5% estipulado pela meta, que permite uma tolerância de até 1,5% para mais ou para menos. O governo havia estabelecido um novo decreto de meta contínua, com o objetivo de manter a inflação em torno de 3%, mas reconheceu que, em 2024, o resultado ficou acima desse limite. Em sua carta, o BC também destacou a redução dos preços internacionais do petróleo no segundo semestre do ano como um fator que ajudou a conter o avanço da inflação no final de 2024.
A expectativa do governo e das autoridades econômicas é de que, apesar dos desafios, a inflação se estabilize em 2025, dentro dos limites previstos. No entanto, pesquisas recentes apontam que a maior parte da população acredita que o cenário inflacionário piorará no próximo ano. A situação segue sendo monitorada de perto pelas autoridades, que buscam estratégias para retomar o controle sobre os preços e garantir que a inflação se mantenha dentro da meta nos anos seguintes.